A Brasil BioFuels (BBF) está nas cordas. De acordo com um comunicado enviado por sua assessoria de imprensa à reportagem de BiodieselBR.com, nas últimas semanas, a empresa desligou cerca de dois mil trabalhadores e, em consequência, desativou seu complexo industrial em Acará (PA). Isso corresponde a praticamente metade da força de trabalho da companhia que, até março deste ano, empregava um pouco menos que 4.400.
Essa não foi a primeira rodada de demissões em massa que a BBF promoveu. Mas foi a mais brutal.
Em 2023, a empresa já tinha reduzido seu quadro de funcionários em cerca de 10%. E, no ano passado, outros 1.380 trabalhadores foram dispensados pela companhia, o que dava 23% do total.
Ascensão e queda
Fundada em 2008 pelo empresário paulistano Milton Steagall, a BBF aposta num modelo de negócios absolutamente verticalizado que começa no plantio de palma-de-óleo, avança para o processamento da biomassa e a produção de óleos vegetais que são, no passo seguinte, transformados em biocombustíveis que, no fim da cadeia, vão alimentar termelétricas que abastecem sistemas isolados na Região Norte.
Até 2021, tudo parecia estar indo bem. O balanço da empresa informava que ela havia faturado perto de R$ 1 bilhão e lucrado quase R$ 170 milhões.